O critério inter-americano sobre anistias: absolutismo de direitos humanos?

O objetivo deste estudo é debater a argumentação desenvolvida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos relativamente a processos de transição política na América Latina. Em sua jurisprudência sobre o tema, a corte determinou a incompatibilidade entre legislações de anistias domésticas e os disp...

Full description

Autores:
Fernandes Carvalho Veçoso, Fabia
Tipo de recurso:
Article of journal
Fecha de publicación:
2015
Institución:
Universidad Externado de Colombia
Repositorio:
Biblioteca Digital Universidad Externado de Colombia
Idioma:
spa
OAI Identifier:
oai:bdigital.uexternado.edu.co:001/10402
Acceso en línea:
https://bdigital.uexternado.edu.co/handle/001/10402
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Palabra clave:
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Corte Interamericana de Direitos Humanos. Anistia. Transição política. América Latina
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description O objetivo deste estudo é debater a argumentação desenvolvida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos relativamente a processos de transição política na América Latina. Em sua jurisprudência sobre o tema, a corte determinou a incompatibilidade entre legislações de anistias domésticas e os dispositivos da Convenção Americana de Direitos Humanos. Sem buscar definir a natureza ou o conteúdo de uma possível obrigação internacional de julgar violações de direitos humanos, este estudo analisa o posicionamento da corte enquanto resultado de uma atividade interpretativa; um discurso que reflete uma posição particular do órgão, mas que é apresentado como algo universal. Diversamente do entendimento da corte, o argumento central deste trabalho consiste em afir mar que, em contextos envolvendo mudança de regime e violações de direitos, tanto anistias quanto julgamentos podem ser alternativas justificadas com base em uma perspectiva de direitos humanos. Nesse sentido, não seria possível apontar em abstrato uma ou outra alternativa como a mais adequada, sob pena de adoção de uma preferência ideológica. Em virtude da indeterminação do discurso de direitos humanos, diversas soluções jurídicas podem ser articuladas com o objetivo de promover uma transição política pacífica e a opção pela melhor estratégia só pode ser alcançada contextualmente.
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Diversamente do entendimento da corte, o argumento central deste trabalho consiste em afir mar que, em contextos envolvendo mudança de regime e violações de direitos, tanto anistias quanto julgamentos podem ser alternativas justificadas com base em uma perspectiva de direitos humanos. Nesse sentido, não seria possível apontar em abstrato uma ou outra alternativa como a mais adequada, sob pena de adoção de uma preferência ideológica. Em virtude da indeterminação do discurso de direitos humanos, diversas soluções jurídicas podem ser articuladas com o objetivo de promover uma transição política pacífica e a opção pela melhor estratégia só pode ser alcançada contextualmente.This study aims at debating the Inter-American Court of Human Rights’ reasoning regarding transitional processes in Latin America. In its case law on the topic, the court has determined that national amnesty laws lack legal effects. With no intention to define the nature or content of a duty to punish in international law, this study analyzes the court’s reasoning as a result of an interpretive activity, a discourse that reflects a particular position of the organ, but is presented as something universal. Differently from the court’s approach, the main argument discussed herein is that amnesties and trials can both be justified from a human rights perspective in contexts of regime change and human rights violations. In this setting, it is not possible to indicate a priori one alternative or another as the adequate one without showing an ideological preference. In view of the idea of the indeterminacy of rights, different legal solutions can be articulated to promote a peaceful political transition, and the relative usefulness of one solution can only be determined contextually.application/pdftext/html10.18601/01229893.n35.012346-20510122-9893https://bdigital.uexternado.edu.co/handle/001/10402https://doi.org/10.18601/01229893.n35.01spaDepartamento de Derecho Constitucionalhttps://revistas.uexternado.edu.co/index.php/derest/article/download/4333/4917https://revistas.uexternado.edu.co/index.php/derest/article/download/4333/5055Núm. 35 , Año 2015 : Julio-Diciembre26353Revista Derecho del EstadoArthur, Paige. How "transitions" reshaped human rights: a conceptual history of transitional justice, Human Rights Quarterly, Baltimore, v. 31, n.º 2, p. 321-367, 2009.Bell, Christine. Transitional justice, interdisciplinarity and the state of the 'field' or 'non field', The International Journal of Transitional Justice, Oxford, v. 3, n.º 1, p. 5-27, 2009.Carothers, Thomas. The end of the transition paradigm, Journal of Democracy, Washington, v. 13. n.º 1, p. 5-21, 2002.Freeman, Mark e Pensky, Max. "The amnesty controversy in international law", em Leigh A. Payne e Francesca Lessa (eds.). Amnesty in the age of Human Rights Accountability,Cambridge, Cambridge University Press, 2012, p. 89-118.Kennedy, David. The dark sides of virtue: reassessing international humanitarianism, New Jersey, Princeton University, 2004.Klabbers, Jan. Redemption song? Human rights versus community-building in east Timor, Leiden Journal of International Law, Leiden, v. 16, n.º 2, p. 367-376, 2003.Koskenniemi, Martti. "The effect of rights on political culture", em Martti Koskenniemi. The politics of international law, Oxford, Hart, 2011a, p. 133-152.Koskenniemi, Martti. "International law and hegemony: a reconfiguration", em Martti Koskenniemi. The politics of international law, Oxford, Hart, 2011b, p. 219-240.Koskenniemi, Martti. "Human rights, politics and love", em Martti Koskenniemi. The politics of international law, Oxford, Hart, 2011c, p. 153-167.Kritz, Neil J. "The dilemmas of transitional justice", em Neil J. Krits (ed.). Transitional justice: how emerging democracies reckon with former regimes, Washington, United States Institute of Peace, 1995, v. 1. p. XIX-XXX.Leebaw, Bronwyn Anne. The irreconcilable goals of transitional justice, Human Rights Quarterly¸ Baltimore, v. 33, n.º 1, p. 95-118, 2008.Mallinder, Louise. Amnesty, human rights and political transitions: bridging the peaceand justice divide, Oxford, Hart Publishing, 2008.Mallinder, Louise. "Perspectivas transnacionais sobre anistias", em Leigh A. Payne, Paulo Abraão, Marcelo D. Torelly (Orgs.). 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Exceções preliminares, mérito, reparações e custas. 24 nov. 2010. Série C n.º 219. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/casos.cfm. Acesso em: 28 jul. 2015.Corte Interamericana de Direitos Humanos. Caso Gelman vs. Uruguai. Mérito e reparações. 24 fev. 2011. Série C n.º 221. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/casos.cfm. Acesso em: 28 jul. 2015.Corte Interamericana de Direitos Humanos. Caso Massacres de El Mozote e lugares adjacentes vs. El Salvador. Mérito, Reparações e Custas. 25 out. 2012. Série C n.º 252. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/casos.cfm. Acesso em: 28 jul. 2015.info:eu-repo/semantics/openAccesshttp://purl.org/coar/access_right/c_abf2https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/https://revistas.uexternado.edu.co/index.php/derest/article/view/4333Inter-American Court of Human Rights. Amnesty. Political Transition. Latin AmericaCorte Interamericana de Direitos Humanos. Anistia. Transição política. 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